2018-07-18

Quinta do Cabriz... trabalhar a qualidade e o rigor...



O mundo dos vinhos é um mundo de glamour e romântico. A maioria de nós, associa os vinhos a famílias com história, a herdades de sonho e a um trabalho relativamente leve (com grande carga sazonal), com muitas provas, com muito marketing e processos comerciais e com muito convívio regado com o famoso néctar que dizem, nos aumenta a sensação de bem-estar e felicidade.

Eu acredito que, profissionalmente, a sorte me procura. Desta vez procurou-me no formato de formação e proporcionou-me uma experiência muito boa na GlobalWines, detentora de marcas tão conhecidas como a Quinta do Cabriz ou a Casa de Santar. E apesar de saber que as oportunidades são como os autocarros, ou seja, se falharmos um, há-de aparecer outro a seguir, prefiro ir apanhando os autocarros que surgem, desde que o destino seja o que pretendo.

Desta forma, aproveitei a oportunidade de trabalhar com uma empresa que tinha um lugar guardado na vitrina das empresas com as quais gostaria de trabalhar e pude mudar para a vitrina das empresas com as quais já trabalhei e quero continuar a trabalhar: Falo da Global Wines.

A última vez que tinha trabalhado com uma empresa das áreas do vinho, foi com as Caves Aliança e tinha sido muito desafiante, com resultados positivos.

Agora, com a GlobalWines, trabalhamos sobre um tema apaixonante e relevante para quem quer consolidar e/ou subir patamares no reconhecimento e na qualidade dos seus produtos e serviços,  proporcionando competências a um grupo de pessoas para conhecerem praticarem e poderem implementar um programa de gestão de auditorias da qualidade.

Algumas curiosidades sobre o grupo de trabalho que encontrei:

  • heterogéneo, 
  • apaixonado pelo sector em que trabalham,
  • altamente empenhado e dedicado,
  • disponível para partilhar e identificar os problemas que existem internamente, 
  • envolvido na procura de soluções (algumas das soluções foram implementadas ou delineadas entre as sessões que tivemos),
  • apenas um homem entre várias mulheres, informação relevante para a quebra de alguns paradigmas,
  • proativo e com grande curiosidade.
Desta forma, conseguimos desenvolver um trabalho excelente, que foi além da formação em auditorias, e que acabou por envolver outras pessoas que, de pronto, aceitaram de bom grado, serem auditados pelos auditores em formação.

Pela amostra das pessoas contactadas, dá para ter uma perceção dos motivos porque as suas marcas estão tão presentes em vários pontos de compra. Deu igualmente para perceber porque as suas marcas estão entre as minhas marcas favoritas e ainda o trabalho e rigor que existe para assegurarem que os seus vinhos estão à altura das expetativas dos seus clientes. A procura pela melhoria dos seus processos, a vontade e colaboração para a melhoria das partes interessadas e a garantia de que os seus produtos cumprem com os diferentes requisitos, foi uma constante durante a formação.

Devo ainda acrescentar que os almoços que tivemos no restaurante "Quinta do Cabriz" foram ótimos, pela confeção e pela refeição em si, mas principalmente pela oportunidade de conhecer os vários formandos numa perspetiva extra profissional, comprovando que há muita gente boa espalhada por esse mundo. A Margarida e a Ana demonstraram ser umas anfitriãs de alto gabarito e todos os participantes, sem exceção, mostraram que a capacidade de nos relacionarmos bem uns com os outros, torna as formações divertidas, alegres, mais proveitosas e aumenta a probabilidade de alcançar os objetivos, como tive a oportunidade de comprovar com a auditoria realizada pelos formandos a alguns processos da empresa.

Ainda tive a oportunidade extraordinária de ser guiado numa excelente visita pelo espaço pela Marta, uma enóloga que esteve presente na formação e a quem devo um grande obrigado pelas explicações sobre o espaço, o processo e deliciosas curiosidades sobre a empresa e sobre os seus vinhos. Encontrei ainda o Osvaldo, um enólogo que conheço desde a adolescência e que, desde que me lembro, é uma pessoa bem disposta e que nos presenteia sempre com um sorriso e umas palavras positivas.

Como sempre, apesar de ter a noção clara que a formação correu bem, que os participantes ficaram bastante satisfeitos com a formação, adquiriram novos conhecimentos e competências e ainda ficaram com a curiosidade de aprofundar outros temas complementares, sei que aprendi imenso com estas pessoas, coa a realidade desta empresa, e que foi um enorme prazer conhecer as pessoas e a empresa. Foi mais um exemplo a comprovar na prática alguns dos ingredientes fundamentais para o sucesso.

Espero que nos voltemos a encontrar.
Espero que continuem no caminho do sucesso.

Obrigado pelos bons momentos... Até breve! Até sempre!


2018-07-05

Dez para as Dez * Os promotores e os detractores nas organizações.

Photo by Alex Kotliarskyi on Unsplash

Preciso de pessoas na minha organização?
Se preciso como os trato? Cuido deles? Quero pessoas satisfeitas?
As minhas ações, enquanto líder, vão originar promotores, neutros ou detractores:



No dia 1 de Maio é feriado. É o dia do trabalhador. Este
feriado resulta de uma luta que foi iniciada no século XIX pela jornada de 8h.
Isto significa que, já desde o século XIX que existe uma luta dos trabalhadores
pelos seus direitos. O 1.º de Maio simboliza essa luta dos trabalhadores de
vários sectores, pelos seus direitos, e apesar de ter iniciado com a luta pela
diminuição da jornada de trabalho para as 8h, hoje representa outros direitos
importantes para si e para a sua vida.

Seguindo a via de La Palisse, podemos afirmar convictamente que há várias questões relacionadas com os trabalhadores e com os empregadores. Começando com algumas questões ligadas ao empregador, há uma entrevista realizada a António Brandão, o chairman da consultora Everis Portugal, cujo título resume bem a postura que os responsáveis das empresas devem ter: “se uma empresa precisa de recursos humanos e não os trata bem, então ela está a dar cabo do seu próprio negócio”. Esta entrevista fez-me reflectir sobre o papel dos trabalhadores de uma organização?
São promotores? São neutros? Ou são detractores?

Os promotores têm um entusiasmo, um sentimento de pertença, um orgulho tal em fazer parte de um projecto que, em qualquer sítio em que esteja, este trabalhador está a promover a sua empresa, está a persuadir quem o rodeia dos méritos e benefícios da empresa e dos seus produtos, está a ser um comunicador de uma imagem positiva da empresa. Provavelmente fala com alegria e paixão sobre o seu local de trabalho.

Por outro lado, temos os neutros. São aqueles que estão aqui, como podem estar em qualquer outro lado. Se este emprego não der, vou para outro lado sem problema nenhum. É uma aplicação tradicional dos nem-nem… Nem aquenta, nem arrefenta. Quando estimados e bem tratados, a maioria poderá originar novos promotores. Se mal tratados ou ignorados, podem passar a ser excelentes detractores.

E por falar em detractores, estamos a falar daqueles que, em qualquer sítio onde estão, num jantar de família, numa reunião com amigos, num café, são detractores da empresa, ou seja, falam mal da organização… Porquê? Porque não se sentem bem, porque têm problemas, porque existem situações
que não estão bem resolvidas, porque não se sente o espírito de equipa, porque… por uma série de factores relevantes para que as pessoas sintam uma vontade enorme falar… falar sobre aquilo que lhes acontece, sobre os seus problemas, sobre o que de mal lhes está a acontecer e sobre como estão com uma grande vontade de mudar.

Podemos dar aqui uns exemplos muito breves. Felizmente, há diversos promotores em várias empresas. Lembro-me de umas caves, no norte da bairrada, que davam as primeiras garrafas aos seus trabalhadores ainda antes de as disponibilizarem para fora. Estes trabalhadores experimentavam os vinhos em família ou com os amigos e davam, não só o seu feedback, como estavam a realizar uma  promoção gratuita e entusiasmada daquele vinho a um conjunto de pessoas sobre as quais tinham influência.

Nos detractores, o exemplo que me ocorre mais frequentemente, pela quantidade de vezes que este problema surge nas empresas (ou não surge) é o exemplo dos motoristas, das pessoas que vão fazer
entregas em nome de uma organização, e que muitas vezes são desvalorizados pela própria organização, o que é completamente errado. Imaginemos que um motorista vai fazer uma entrega e, na empresa cliente, ou seja, quem está a receber os produtos, dizem que há qualquer coisa que não está bem. Frequentemente, o motorista diz – “Isso não é nada comigo. Têm que falar para a empresa.” A imagem que passa de imediato, é que o motorista não quer saber do cliente. Cumpriu o seu dever, ou seja, fez o transporte e não quer saber de nada mais. Estamos na presença de uma excelente oportunidade de formar e assegurar que o motorista, bem como qualquer pessoa da organização ou que trabalham em nome da mesma, e independentemente da sua função, estejam preparadas para lidar com estas e outras situações de forma a mostrar que a empresa, e todas as pessoas da empresa ou que a representam, estão preocupadas com os seus clientes. Dessa forma, a empresa transmite uma imagem de profissionalismo, de elevada preocupação com o cliente e é uma forma óptima de aumentar a notoriedade, a satisfação do cliente e a confiança deste na empresa.

Ficam ainda outras perguntas no ar, como: "para quem trabalha realmente cada trabalhador?" Trabalha para a entidade empregadora? Trabalha para os colegas? Trabalha para si e para a sua família? Bem, esta é uma reflexão que fica para outra altura.