2018-10-29

ENEAGRAMA * Autoconhecimento e Dinâmicas da Vida na Coimbra Business School

Adoro partilhar os meus conhecimentos e experiências com outras pessoas...
Acontece quase todos os dias.
Aconteceu, no sábado passado, na Coimbra Business School, a segunda sessão sobre o eneagrama, um sistema de autoconhecimento, com impacte no relacionamento connosco e com os outros.
Esta formação foi dada por mim e pela Liliana Constantino. Através do IESH (Instituto Eneagrama Shalom), do qual fazemos parte, e que tem mais de 20 anos de experiência no trabalho com o Eneagrama, com pessoas individualmente, com equipas e/ou com organizações.



Fico sempre imensamente satisfeito quando os comentários são:



ou



Felizmente, é habitual sentir energia extra proveniente das pessoas que vão frequentando os meus cursos e aqueles cursos em que colaboro... Dou o melhor de mim, e sei que são importantes e úteis para muita gente e para muitas organizações! Gosto de cumprir a minha parte no que concerne a tornar o mundo um lugar melhor para viver... É uma gota no oceano, mas melhora sempre alguém.
Palavras como as da Mónica ou da Alexandra são a minha grande motivação.

Obrigado a todos os presentes na formação pela sua entrega e envolvimento...

Obrigado a tod@s @s companheir@s, amig@s e gente boa do IESH pelo conhecimento e crescimento que vamos fazendo junt@s e pela possibilidade de partilharmos com outras pessoas estes temas que nos permitem ser pessoas e profissionais melhores.

Obrigado Coimbra Business School/ISCAC, pela vossa abertura e entusiasmo em nos receber de braços abertos e nos proporcionarem todas as condições para realizar estas atividades e conhecimentos relacionais, tão importantes e complementares aos saberes e competências puramente técnicas. Vocês são um exemplo do que é contribuir para a sociedade de uma forma bem disposta e orientada para as soluções.

Iremos continuar este nosso processo.
Até breve!

2018-10-25

A sério?... O mistério ardiloso dos descontos de 70%

Photo by Terry Vlisidis on Unsplash

Um texto fantástico para refletir sobre o respeito que algumas marcas têm pelos seus clientes... Por mim, por ti , por eles, por nós...

Ver o artigo original aqui, no Jornal de Negócios ou ler abaixo...

O mistério ardiloso dos descontos de 70%

Aviso prévio: se o leitor é fanático por promoções radicais de vinho e é dado a depressões, o melhor é não ler este texto. Passe à frente, que nós não o queremos triste.

Inês Lourenço
Edgardo Pacheco13 de outubro de 2018 às 19:00

Aos leitores, sugerimos umas conversas durante as próximas feiras de Outubro e Novembro com produtores e enólogos sobre estes assuntos dos mega-descontos. Vão ver que ainda descobrem outras histórias curiosas.

Todos os anos, o ritual repete-se: amigos e conhecidos trazem catálogos das feiras vínicas para eu assinalar as garrafas que considero boas compras. Sucede que, este ano, entre os pedidos e os comentários sobre os inúmeros vinhos de Pias e a abundância de Vinhas Velhas nos rótulos, havia esta pergunta: Vale a pena comprar vinhos com 65% e 70 % de desconto? Que é como quem diz: há algum esquema aqui escondido?

Se gosto de assinalar catálogos, confesso que, na história dos descontos, já me falta paciência para explicar a nublosa dos valores de descontos mais adequados a um souk de Marrocos do que a uma feira na Europa. De maneira que, imaginando que muita gente desconheça o método como se formam alguns destes descontos estratosféricos, tratemos do assunto. Quando me voltarem a fazer perguntas, ofereço uma fotocópia deste artigo. Ou mando o link, pronto.

Todos os grupos de distribuição fazem feiras e campanhas sazonais de promoção de vinho. Mas há campanhas e campanhas. Há grupos que praticam descontos entre os 20% e os 30% (valores normais), outros que vão aos 40% (coisa forçada) e um que chega até aos tais 70% de desconto: o grupo Sonae, dono da marca Continente. É, por razões óbvias, sobre este que nos debruçaremos.

Como se constrói este esquema dos 70%? De forma simples. Os comerciais do Continente chegam a um produtor e - vamos dar um exemplo que resume o espírito do negócio - dizem que precisam de uma nova marca com um preço de venda ao público de, por hipótese, €3,89, e pelo qual pagarão ao viticultor entre €2 e €2,5 (aqui os valores oscilam muito). Mas - cá está o detalhe - exigem que o produtor conceba um vinho que, no imaginário do consumidor, se posicione na faixa dos €13, por exemplo. Como? Com uma garrafa cuidada, um rótulo bem desenhado e um nome estratégico. Se vier com "velha", "manca", "pêra" ou um título nobre (marquês, conde ou visconde), melhor ainda. E, como tais vinhos comprados entre os €2 e os €2,5 dificilmente passariam numa câmara de provadores como Reserva ou Grande Reserva, não há problema. Uns serão Signature e os outros Premium. A cereja em cima do bolo é, sendo possível, juntar-lhe o chavão de Vinhas Velhas. E está feito o embrulho de algumas marcas de vinho Continente.

Em loja, esse vinho que custou entre os €2 e os €2,5 e que ninguém conhece ficará entre uma a duas semanas nos tais €13 (não registamos a margem especulativa nessa altura porque, na realidade, ninguém lhes deita a mão em cima). Passado este tempo, o vinho entra no maravilhoso mundo dos descontos Super Preço - entre os 65% e 70%. Assim, quando um consumidor compra esse tal vinho de €3,89, regista na sua factura um desconto de €9,10. É brutal! E, lá está, vai gabar-se junto dos amigos que fez um grande negócio. Só que - reflictam bem sobre isso, caros leitores -, ele, na realidade, pagou o preço justo por um vinho que, na produção, custou entre os €2 e os €2,5. Cerca de €3,89 é o preço correcto para o vinho em causa. Que não haja dúvidas. Mas, €13, nunca. O valor dos €13 tabelado apenas para preparar o estrondoso desconto dos 65% ou 70% é a armadilha para apanhar consumidores descuidados e deslumbrados com a cultura das promoções. Ponto final.

De resto, como poderia um hipermercado - cujas campanhas de promoção atira sempre para os produtores - ser tão generoso com os seus clientes? E, já agora, como poderiam os produtores viver com a oferta de descontos da ordem dos 65% ou 70%? A resposta é simples: porque tais vinhos nunca foram pagos em conformidade com o tal target dos €13.

Mas o curioso é que esta estratégia agressiva não resiste a um teste simples que qualquer consumidor pode fazer em casa com os amigos. E vamos a outro exemplo concreto. O Alvarinho Jardim Secreto 2017 tem como preço base €12,99 e é produzido para o Continente pela empresa Quintas de Melgaço. Pois bem, o Alvarinho da própria empresa - o QM - está à venda no linear do Continente por €8,99. Ou seja, este vinho histórico é €4 mais barato do que a nova marca que ninguém conhece. Lindo, não é? Mas, se provarmos um e outro, as diferenças são consideráveis. O Jardim Secreto é um branco banal que nem remotamente lembra Alvarinho, mas o QM Alvarinho - sem ser um vinho de encantar - cheira e sabe a Alvarinho. E mais. Na mesma prateleira podemos encontrar um Soalheiro com preço base de €11,99 e um Muros Antigos por €12,67. Provem estes dois Alvarinhos com o Jardim Secreto a €12,99 e vão ouvir as gargalhadas dos amigos a ecoar pela sala. Ou seja, se o leitor comparar o preço base dos tais Signature e Premium com o preço base - em idêntico patamar - das marcas-âncora das casas que deram origem aos tais vinhos Continente, verá que há qualquer coisa que não bate certo. Nem poderia.

Ora, se por um lado não existe nada de ilegal nesta estratégia agressiva do Continente (é só um acordo entre as partes), no plano ético, e no que diz respeito à ligação com os consumidores, não me ocorre outra expressão que não seja a das saudosas rábulas do Raul Solnado: "Malandrice!"

Se, por um lado, tenho a ideia de que quando certos consumidores entram num hipermercado deixam o cérebro no automóvel (ou é isso ou aqueles rectângulos alaranjados dos Super Descontos que emitem um gás que paralisa os nossos neurónios), por outro fico com perguntas para as quais não tenho resposta. Os produtores estarão condenados a alimentar estratégias destas? As comissões vitivinícolas regionais (CVR) não sentem necessidade de dizer qualquer coisinha (as CVR e, já agora, a Autoridade da Concorrência)? Faz sentido as associações de consumidores passarem ao lado deste debate?

Como não sei responder vou, entretanto, beber um copo de tinto Vinha da Coutada Velha 2017, feito no Monte da Ravasqueira que, lá está, por €3,89, não está nada mal. Mesmo. Mas nunca por €13, que é apenas menos €0,49 do que o preço do Vinha das Romãs 2015 da Ravasqueira. Curioso, não?


2018-10-11

cruelty-free e Bruno Neves no Lush Prize 2018



A cruelty-free é uma tendência que se tem vindo a afirmar na fileira da moda e beleza. Há cada vez uma maior consciencialização sobre os direitos dos animais e o mercado começa a pedir cada vez mais os produtos concebidos com o conceito cruelty-free incorporado.

É bom sublinhar os avanços nesta área e a inovação serve também para tornar o nosso mundo melhor e mais solidário. Bruno Neves, Investigador da Universidade de Aveiro, tem desenvolvido trabalho nesta área e é candidato ao Lush Prize 2018. Os vencedores das diferentes categorias serão divulgados em Novembro.

Abaixo, a notícia do Sapo, cujo original se pode aceder aqui.

"Há um investigador português entre os finalistas deste prémio de Beleza

Bruno Neves é um dos finalistas do Lush Prize 2018. O projecto procura substituir por completo o teste em animais em ensaios de toxicologia.

Todos os anos, mais de 115 milhões de animais são utilizados em laboratórios em todo o mundo, dizem as estimativas. Mas há um português a tentar que esses números mudem.

Chama-se Bruno Neves, é investigador no Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro, e está entre os finalistas do Lush Prize 2018, cujos vencedores serão anunciados em Novembro.

O investigador português está a competir com 56 projectos de 17 países para um prémio de 350 mil libras (cerca de 390 mil euros).

Neves está nomeado na categoria de Ciência com um projecto que procura tornar a Beleza ainda mais cruelty-free. O profissional faz parte de um grupo de trabalho que se foca em ensaios de toxicidade de sensibilizadores cutâneos, testes para os quais ainda não existem alternativas além de testes em animais. “O teste por nós desenvolvido integra informações obtidas em experiências com linhas celulares humanas (in vitro), reactividade química (in chemico) e química computacional (in silico). Permite a identificação de compostos químicos que causam alergia na pele e a sua categorização de acordo com a potência, isto é, se são alergénios fracos, moderados ou fortes”, explica o investigador em comunicado.

O futuro é cruelty-free?

Sobre se o futuro passa por não fazer testes em animais de todo, o investigador afirma que “devem ser feitos todos os esforços ao alcance da comunidade científica para limitar ao estritamente necessário esses testes”, e que “no caso concreto da Toxicologia, área que normalmente associamos à experimentação animal para bens e produtos de consumo como cosméticos, produtos de higiene ou de limpeza, foram dados na última década, grandes passos na redução ou mesmo eliminação da experimentação animal. Por exemplo, atualmente no espaço da OCDE já não é permitida a comercialização de cosméticos que tenham sido testados em animais.”

O prémio

O Lush Prize é uma colaboração entre a Lush e a britânica Ethical Consumer Research Association, e é o maior prémio anual no sector dos testes em animais. Os projetos estendem-se em várias áreas: desde investigação científica, campanhas de consciencialização sobre a utilização de animais em laboratório ou até formação para cientistas e grupos de pressão, reguladores e legisladores para prescindir os testes em animais em favor de outros métodos."