2021-04-26

Nem-nem, resmungas ou fazes?

 


Quando se houve falar de jovens que não trabalham nem estudam, é normal ouvir várias pessoas resmungar, refilar, dizer que no seu tempo é que era. Ouvem-se comentários depreciativos sobre esta malta, seja em cafés, em redes sociais, em jornais ou em programas de radio e televisão.

Recentemente fui convidado para fazer parte de uma equipa que iria trabalhar com um conjunto de pessoas entre os 20 e os 34 anos que, atualmente, não estudam nem trabalham. Falei com o Belmiro, responsável do FabLab de Penela, que me convidou a participar neste programa NeetMakers, integrado no HIESE/IPN e com o apoio de um conjunto de entidades de referência. O Belmiro é uma pessoa bastante positiva e com uma presença orientada para a resolução dos problemas, o que levou a que, facilmente me convencesse a participar, o que o meu instinto já me dizia para fazer. 

Estive presente no primeiro e no último dia da semana intensiva de formação e trabalhar as softskills com este grupo, ajudando-os em áreas como a comunicação, a criatividade, o relacionamento interpessoal, resolução criativa de problemas, entre outros. A nossa equipa de formadores, nos dias em que estive presente, além de mim, foram o Belmiro e o Bruno. Pelo que pude conhecer, pessoas fantásticas e com uma sensibilidade enorme. No último dia as pessoas elogiaram bastante estes dois formadores por todo o apoio que deram ao grupo. Eu subscrevo completamente. Ainda esteve presente a Sofia, por videoconferência, a partir de Espanha.

Logo no primeiro dia, reforcei a ideia que a história das pessoas é complexa e há muitos motivos para se encontrarem em determinadas situações. Muitos estão a tentar mudar a sua vida, alguns eram empregados antes da pandemia e foram afetados pela pandemia. Pelo que percebi, cada um/a deles/as estava a procurar seguir uma vida, procurando oportunidades e querendo fazer alguma coisa da vida.

Tenho a sorte de estar presente em vários momentos divertidos e eu divirto-me bastante. Confesso que me dá imenso prazer fazer estes trabalhos, porque são dias bem passados, com passagem de conhecimento e experiências de uma forma que faz com que os participantes, no fim do dia, saiam com um sorriso nos olhos e a comunicar boa disposição e positivismo.

No último dia, tivemos a presença do presidente do HIESE, o Joaquim, que teve um discurso breve e impactante sobre os participantes, o que foi referenciado no final desse dia pelos formandos. Mais uma prova de que não é preciso muito tempo para gerar um impacto positivo sobre as pessoas.

Posso dizer que foi uma formação bastante divertida, pelo menos nos dias em que eu lá estive, com muitas aprendizagens e com a vontade enorme de fazer algo mais pela vida e de forma mais estruturada.

É muito bom ver que existem instituições e pessoas que fazem tudo para melhorar a vida de quem está com dificuldades em dar o passo seguinte e ajuda a estruturar pensamentos, objetivos e planos de ação para o futuro. 

Nos dias em que não estive, a aprendizagem foi de elevado teor técnico, ao nível do corte de laser, da impressão 3D e da edição de imagem e vídeos. Vi alguns trabalhos desenvolvidos pelos participantes, a maioria dos quais nunca tinham tido contacto com este tipo de técnicas e saberes, e havia trabalhos surpreendentes. Foi a prova de que tinha valido a pena. Haja vontade de continuar. 

Assim, tive o prazer de testemunhar na primeira pessoa o trabalho feito por algumas pessoas para dar ferramentas, apoio e motivação a jovens que pretendem fazer-se à vida e criar algo próprio ou ajudar a crescer outros negócios. Num mundo de resmungões, é bom estar no meio de pessoas que fazem acontecer e vão para além da resmunguice, criando condições para que esta gente jovem e com valor possa seguir o seu caminho de uma forma positiva e indo ao encontro dos seus sonhos e objetivos.

Para ver mais informação sobre o programa, podemos consultar a página Neet Maker

Que continuem este trilho, pois os resultados são muito interessantes, e sempre que quiserem, contem comigo! É muito bom fazer parte de um projeto trasnformador como o NeetMakers. Em vez de se deixar alastrar o bando de resmungões, ajuda-se a criar novos Makers. 

Vida Longa e Próspera!

2021-04-25

O sucesso dos Transportes Rama


Se há motivos em que vale a pena desfocarmo-nos do que estamos a fazer para ir fazer uma atividade não prevista, ouvir falar do sucesso de amigos, é uma delas. 

Estava a trabalhar com a pressão do tempo sobre os ombros, quando, pela hora do lanche, passei os olhos pelas redes sociais. Vejo a imagem de um amigo que não associo nada a redes sociais, numa entrevista com um conhecido business coach (creio que é esta a denominação) do nosso burgo, aka, Portugal (Aqui está a entrevista com o Carlos João, dos Transportes Rama).

A discrição habitual deste amigo suscitou-me a curiosidade e prendeu-me ao monitor. Fazendo a habitual declaração de interesses que parece ser processo habitual, devo dizer que nunca colaborei em projetos dos Transportes Rama e a única coisa que fazemos é trocarmos uma ou outra opinião, de quando em quando. O único interesse que tenho é o sucesso dos amigos e a curiosidade sobre a atividade empresarial, que me suscita sempre vontade de saber mais. 

Sendo amigo de dois dos responsáveis desde a infância, o Carlos João e o Luís, fico imensamente feliz por ter tido a oportunidade de ver a história de sucesso de uma empresa que está presente na minha vida. Aliás o seu pai já é amigo do meu pai, desde a infância e só o Pedro, irmão mais novo, não conheço tão bem, pois saí da Mealhada ainda ele era pequeno e acabei por não ter um relacionamento próximo com ele. Passo muitas vezes por ela e é a marca das viagens em família como sendo o meio do caminho entre a cidade onde vivo atualmente e a minha cidade de origem. Chamamos sempre a atenção uns aos outros do meio do caminho, quando vamos em viagem e passamos pelos Transportes Rama, em Santa Luzia.

É fascinante conhecer a história da empresa e das suas 3 gerações, conhecer os problemas por que passaram, os desafios com que se confrontam num período de grandes mudanças e de forma muito rápida e de perceber que, apesar da pandemia, a sua forma de estar e de gerir conduz este projeto pelos caminhos que tem que seguir, com as várias paragens e abastecimentos e que permite continuar a cumprir com a sua missão.

Agradou-me imenso ver nos comentários da entrevista algumas pessoas a testemunhar o cuidado que têm com as suas pessoas e o que fazem para que estas se sintam bem e gostem de trabalhar nesta empresa. Um dos comentários diz, inclusive, que trabalhou vários anos na empresa, assim como o pai, e sempre gostou da empresa.

Vou conhecendo outras histórias mais privadas, mas que são o reforço (se tal fosse necessário) da forma de estar de pessoas de bem, que gostam de assegurar o bom ambiente na sua empresa e na sua comunidade, pois fazem igualmente bastantes intervenções de índole comunitária. 

O Luís, em determinada altura, convidou-me a fazer parte dos órgãos sociais do GDM - Grupo Desportivo da Mealhada, sendo ele o Presidente da Direção. Tive a oportunidade de seguir e perceber o seu estilo de liderança e a forma harmoniosa, mas assertiva como conseguia fazer com que as pessoas à sua volta se envolvessem e fizessem muito pelo clube. Foi um período importante para o GDM.

Pela forma de estar, pela sua preocupação com a empresa, com as pessoas, com a sua comunidade, é ótimo que sejam pessoas de sucesso, com um empreendimento bem sucedido, porque tornam melhor a vida de muitas pessoas à sua volta!

Um brinde ao vosso Sucesso e Vida Longa e Próspera!

2021-04-22

Como rever um sistema de gestão da qualidade e promover a melhoria contínua

Foto: Rob Lambert on Unsplash

O mês de Abril proporcionou o início de um projeto que tem como finalidade rever o sistema de gestão da qualidade (SGQ) de uma empresa de automação industrial. Uma fase essencial para o sucesso destes projetos é o seu planeamento. 

A empresa tem o seu SGQ certificado há vários anos, sendo um sistema maduro e que já passou por várias auditorias, tanto internas como de entidades certificadoras. Podemos afirmar que a sua conformidade com a norma está assegurada. No entanto, a empresa quer ir mais além e os mínimos olímpicos não bastam. Esta empresa gosta de lutar por um lugar no pódio. Para que isso seja possível, há que garantir que a evolução é constante, que a melhoria é contínua e que há uma atenção permanente às oportunidades para tornar o SGQ ainda mais ágil e com capacidade de responder rapidamente ao mercado, assegurando sempre uma elevada qualidade e rigor. 

O planeamento deste projeto levou a 3 fases distintas: formação, consultoria e auditoria.

A formação é dividida em dois momentos distintos: Formação inicial nos temas da qualidade, para poder enquadrar pessoas que entraram nos últimos 12 meses e formação avançada, para que estes elementos possam ir mais além nos seus conhecimentos e para que outras pessoas da equipa possam reciclar os seus conhecimentos e reforçar as suas competências na área da qualidade.

A consultoria implica um diagnóstico para assegurar que se identificam claramente quais os processos mais necessitados de intervenção e melhoria. Posteriormente, com a ajuda de algumas pessoas que participam na formação e de outras que conhecem bem o SGQ, será feita a análise e as propostas de alteração aos processos identificados. Após a validação destes processos, serão implementados e acompanhados durante um determinado período.

A auditoria pretende verificar a conformidade dos processos alterados e perceber se existem desvios, alertando para essas situações. Sempre que se verifique um desvio, o processo deverá ser reformulado o mais brevemente possível, para que esse mesmo processo possa ser operacionalizado de forma controlada e harmoniosa por e para todos os intervenientes, tendo em vista o desempenho pretendido com cada um dos processos.

Esta empresa tem a consciência e o conhecimento que uma pessoa para estar formada e em condições de assumir responsabilidade internamente, tem um período longo de formação, mesmo que tenha tido um percurso académico exemplar. É bom ver como a empresa aposta no conhecimento das suas pessoas para que estas possam crescer e desenvolver-se como profissionais potencialmente excelentes.

É certo que ao promover a excelência dos seus profissionais, está a promover a melhoria contínua, a vontade de atingir novos patamares, novos desempenhos e está, simultaneamente, a dar espaço para a sensação de realização profissional, tão importante nos dias de hoje.

As condições são dadas pela empresa. Os dados estão lançados para mais um conjunto de profissionais. Agora, o fator diferenciador, é a atitude de cada um.

Vida longa e próspera!