2015-01-26

Setor farmacêutico: “é a vida” ou vamos agitar as águas




O setor farmacêutico está em crise? Vamos continuar encolher os ombros e a dizer “é a vida” ou vamos agitar as águas, e, se a vida não está como queremos, fazemos com que algo mude? E se a vida corre bem? Mudar ou continuar?

Sucesso

Quanto à primeira questão, poderíamos responder com vários exemplos. Observemos apenas duas das muitas empresas de sucesso: a Bial e a Bluepharma. O antiepilético da Bial foi o primeiro medicamento de patente e investigação portuguesa. A Bluepharma foi uma aposta que teve a sua origem na compra da empresa Bayer, localizada em Coimbra, em que alguns investidores do setor transformaram uma empresa essencialmente produtiva, numa empresa com enorme capacidade de investigação e desenvolvimento e, consequentemente, capacidade de inovação. A inovação está bem presente nestas duas empresas e é um contributo fundamental para o seu sucesso e afirmação no competitivo panorama global. Confirmam a importância da inovação para o sucesso das organizações. 

Marketing e Inovação

Peter Drucker, um dos pensadores mais relevantes da gestão, dizia:

" Porque o seu propósito é gerar um cliente, os negócios têm duas funções básicas: marketing e inovação. Marketing e inovação produzem resultados, todo o resto são custos."

Podemos facilmente concluir que a vida corre como nós queremos se a mudança for uma
constante, se formos muito mais proativos do que reativos ao contexto em que nos inserimos.
Ao falarmos de empresas produtoras, ou de distribuição, é fácil encontrar inúmeros exemplos que nos permitem reconhecer a importância da Inovação e do Marketing. Conseguimos também ter essa perceção quando falamos de empresas mais pequenas, como farmácias?
Sabemos que as dificuldades por que têm passado estas empresas, seja por questões legais, seja pelo aumento da competitividade no setor, a maioria tem sentido a necessidade de mudar alguma coisa, em muitos casos, para sobreviver. É neste momento que surge a questão: E se a vida não corre como queremos? Optamos pelo fatalista “é a vida” ou por mudar de vida? 

Os inúmeros prémios que se têm instituído para promover ideias no setor farmacêutico, como o prémio João Cordeiro, Inovação em Farmácia, são importantes para mostrar um caminho a seguir para o sucesso das farmácias: a inovação. Nestas épocas mais desafiantes, é importante criar uma cultura que promova simultaneamente a inovação e o empreendedorismo.

A inovação, no sentido de criar valor para o cliente ou para a organização, seja pela
apresentação de novos produtos e serviços, seja por melhorias de eficiência, processos,
redução de custos ou marketing. O curioso é que está ao alcance de todos: grandes empresas, micro empresas. As inovações que fornecedores e outros atores nos proporcionam, são necessárias, mas não suficientes para aumentar de forma relevante a competitividade.

Inovação sim, mas como?

Aproveitar o potencial humano que existe em cada uma das organizações, independentemente da sua dimensão, para “criar” inovação, é fundamental. Uma das ações de marketing que me recordo apesar de ter sido concretizada há algum tempo, aconteceu no Luso, em que uma farmácia, lançou 2000 preservativos e atraiu várias pessoas ao local. É possível fazer ações marcantes e que ficam na memória das pessoas, mesmo que os recurso sejam limitados. Para isso, além da ideia, é necessário ter o empreendedorismo, como caraterística fundamental que permite colocar em prática as ideias, experimentar, não ter medo de falhar e melhorar sempre que alguma coisa corre menos bem. “Walk the talk”, ou seja, Agir! Fazer! Executar!
Transformar conversa e ideias em ação!

É fácil? Claro que não! Implica mudança de rotinas, por vezes, mudança de crenças e de
valores, implica derrubar pré conceitos e preconceitos. A mudança nunca é fácil e existem barreiras à inovação. Praveen Gupta, no seu livro “Inovação Empresarial”, refere um estudo de empresas farmacêuticas, que pretendiam melhorar o seu desempenho na área da inovação, o qual refere seis barreiras tradicionais, relacionadas com a cultura, a estratégia, os processos, métodos, ferramentas e tempo.

Assim, é possível melhorar a capacidade de inovação das empresas, reduzindo estas
barreiras. Há um princípio fundamental na eliminação destas barreiras: a gestão de topo deve estar comprometida com a implementação a estratégia e com as ações necessárias para melhorar a organização.

Desta forma, podemos constatar que há muitas maneiras de mudar a nossa vida e o “destino”. Temos que ter a noção que é um processo que demora o seu tempo e que deve ser implementado de forma sustentada, por etapas e consolidando cada uma das etapas.
Devemos também ter a consciência da importância de ter uma estratégia a longo prazo, mas que os resultados de curto prazo são fundamentais para motivar a implementação de ações que têm resultados num prazo mais alargado.

do "é a vida" ao como "agitar as águas"?

Podemos então deixar de nos lamentar com “é a vida” e podemos dar passos firmes e
necessários para agitar as águas da nossa organização, apostando na utilização de
ferramentas que promovam o pensamento criativo e, consequentemente, da inovação. A
inovação está associada à geração de valor acrescentado para as organizações ou para a
sociedade, mas a criatividade é a faísca que a origina.

Fica o desafio para se utilizar mais ferramentas no dia a dia das organizações para a promoção da criatividade. Com certeza que, sendo bem implementadas, terá surpresas boas com as ideias dos colaboradores e com a sua envolvência na organização, o que à capacidade empreendedora de cada um, poderá proporcionar soluções diferenciadoras, pioneiras e geradoras de valor acrescentado.

2015-01-16

Miguel Midões: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativo?

Miguel MidõesSe desdobrarmos a palavra CRIATIVIDADE encontramos a junção de duas palavras: CRIA + ATIVIDADE, ou seja, criativo é aquele que cria atividade, ação, movimento, que faz nascer, faz crescer, que tem ideias, mas que as coloca em ação!Comummente associamos criatividade e ser criativo aos designers, aos arquitetos, aos amantes e praticantes das artes, mas criativos somos todos nós, a toda a hora e a todo o momento. Atreva-se o primeiro homem a avançar que não é um criativo! Com a crise que vivemos, grande parte dos portugueses passou a dar largas à imaginação e a ser bem criativo para chegar ao final do mês com a mesma qualidade de vida, apesar dos cortes monetários sucessivos, que tinha há alguns anos. Ou, pelo menos (e criatividade não faltou) a tentar apaziguar os efeitos da mesma!
Mas, foi também esta mesma crise (desemprego galopante, despedimentos constantes, salários em atraso, propinas mais altas…) que obrigou grande parte destes mesmos portugueses a criar projetos por conta própria e a ter “ideias luminosas”, ou seja, a serem criativos!
Eu por cá, e como grande “inovação” de 2013 deixo-vos como testemunho a minha horta! Adepto acérrimo da alimentação saudável, vinha a deparar-me que a tipologia de alimentação que mais aprecio (a saudável) é também a mais dispendiosa em termos de supermercado. Apesar de tudo, a vontade de comer bem e saudável pesou mais e, muito embora a carteira ande mais magrinha, não faltaram ideias para encher a panela de legumes. 
Ao poisio que reinava na parte traseira da casa onde moro, juntámos sementes em terra lavrada e, para nosso espanto, vimos nascer feijões, cebolas, tomates, alfaces, couves, abóboras, courgettes, nabos, espinafres, rabanetes e agora estamos até a ser surpreendidos com uma invasão de cenouras! ´
A cabeça pensou, as mãos trabalharam e a terra deu! E deu muito! E do muito que deu, a carteira poupou bastante!
CRIA a ideia e sê ATIVO, poderás com certeza afirmar-te como um CRIATIVO!

2015-01-15

Carla Cardoso: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativa?

Carla CardosoTenho muitos momentos para partilhar! Toda a minha atividade requer Criatividade - a arquitetura, tem inerente um processo criativo para resolução de problemas, para a realização de um trabalho que seja distinto de outros; nos bolos, da Bolini Bolin, apresentar um trabalho que surpreenda o destinatário e que lhe dê um sorriso rasgado; nos concursos - de design, de bolos, o que me distinguiu foi não ter ido pelo óbvio e não ter receio de arriscar; em casa, gerir temperamentos distintos, humores variados e encontrar a solução para sermos, sobretudo, felizes - TEMOS OU NÃO QUE SER CRIATIVOS? Sempre!!!

2015-01-14

Catarina Paiva: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativa?


Catarina PaivaA criatividade esteve sempre presente na minha vida em inúmeros aspetos. É interessante refletir sobre o tema, pois atualmente estou num momento em que a criatividade se assume como critica para o sucesso. Estou a iniciar uma empresa e, os problemas sucedem-se. Muitos são resolvidos de uma forma convencional e igual a muitas outras pessoas, outros problemas são resolvidos com muitas ideias. Algumas loucas, algumas alucinadas, algumas mais "normais". O importante é analisar todas as ideias sem grandes preconceitos e, algumas seguem, outras ficam pelo caminho. Quem sabe para uma próxima. É interessante ver também como as pessoas que estão à minha volta, a contribuir de alguma forma para o projeto, são importantes. Também dão muitas ideias. Ao pensar sobre a criatividade, todos somos mais criativos se debatermos ideias, se pegarmos nas ideias dos outros e as trabalharmos. Sim, tenho momentos de criatividade individual, mas é muito enriquecida com o grupo.

2015-01-13

Recordar a lição de Ecce Homo!




A obra de arte Ecce Homo pintada no século XIX foi oferecida pelo autor à cidade de Borja, em Espanha, seu destino de férias frequente. Apesar do grande valor sentimental, a obra não é considerada valiosa. No entanto, está no cerne do que já foi considerado um dos mais mediáticos acontecimentos de 2012, devido à tentativa de restauro da D.ª Elias.
Independentemente de fações que se avolumam à volta das teorias de recuperar ou deixar estar como está, esta situação conduz a uma reflexão sobre o que se quer para as nossas organizações. Por um lado, promover a criatividade e a iniciativa de cada colaborador, como elemento fundamental para o sucesso. Por outro lado, encontrar métodos para o controlo de danos provenientes de experimentação e empreendedorismo na organização.

Há várias formas de prevenir danos, contudo algumas delas podem ser contraproducentes para a promoção da criatividade e iniciativa pretendidas pela maioria das organizações. Uma das formas mais eficazes é, sem dúvida, a existência de competências na organização. É fundamental que, independentemente das atividades a realizar de conceção, planeamento, execução, ou monitorização, as pessoas estejam preparadas para atuar a qualquer momento, e com o maior número de competências possíveis para a realização das mesmas.

Assim, é importante para as empresas analisarem as suas necessidades ao nível de competências e identificar quais as existentes e quais as lacunas e planear a forma de suprir as lacunas e aumentar as competências individuais e organizacionais, havendo situações de risco assumido, mas controlado, o que não aconteceu com o restauro de Ecce Homo, realizado pela diligente e voluntariosa D.ª Elias, a quem faltavam competências para a execução da tarefa.

A gestão de competências é um ponto fulcral nas empresas pois, tal como a senhora destruiu a obra de arte, uma atividade mal executada pode pôr em causa o bom nome da empresa. A confiança com as várias partes interessadas demora bastante tempo a construir, mas é rápida a sua deterioração. Pode não ser possível a intervenção de equipas de restauro para a recuperação da confiança, tal como neste caso ainda não há certezas quanto à recuperação da obra.

Nesse sentido, é muito importante que as empresas tenham as competências necessárias. Também na Inovação, as competências e o conhecimento são fundamentais. Não é raro encontrar curiosos em determinadas áreas a tentar inovar. Por vezes, conseguem, mas o esforço é muito maior para obter os mesmos resultados. Mesmo em inovações que aconteceram por acaso, os seus criadores detêm uma base de conhecimentos forte, o que lhes permite encontrar novas aplicações para resultados que não deram certo. Já todos ouvimos falar dos post-it, do viagra, da consequência da maçã de Newton ou da penicilina. Há muita competência, atenção e preparação para ter a sorte de encontrar algo inovador. Inovar sem competências, seria comparável à correta recuperação da obra pela D.ª Elias. Uma sorte bestial, ao nível do milagre de ganhar o EuroMilhões sem jogar.

Considero que vivemos num país com um bom clima e com pessoas engenhosas. No entanto, é importante conhecer as competências que cada um de nós possui e quais as que deve possuir.

Podemos retirar uma lição do caso “Ecce Homo”: 

Não basta a genialidade, a diligência e o voluntarismo. 
É essencial que, para a função pretendida, se acrescente a técnica e a competência.

Luís André Coelho: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativo?

Luis Andre CoelhoA criatividade é uma arte que só evolui com muita prática, e o exercício criativo pode estar presente nos 4 Ps do Marketing. Conhecido como Marketing Mix, os 4 Ps Product, Price, Place e Promotion) são a base para todo e qualquer produto ou serviço que se queira lançar no mercado. Numa abordagem direta e minimalista, o processo criativo está associado ao formato e à mensagem que pretendemos passar ao público alvo(mercado) de maneira a provocar a necessidade de consumo. 

Ao longo do meu percurso profissional, descobri com a própria prática, que a criatividade tinha de estar presente em todas as fases e que a Inovação tinha de ser uma constante. Hoje, para vendermos o nosso produto ou serviço temos de ser criativos da maneira como concebemos o mesmo, temos de ser criativos para coloca-lo no mercado a um preço competitivo e sustentável, temos de ser criativos na escolha dos canais de distribuição e temos de ser muito, mas muito criativos, na maneira como comunicamos e vendemos o nosso produto ou serviço. 

É ruinoso para qualquer produto, por mais fantástico e inovador que possa ser, se a capacidade de entrega, comunicação ou venda é ineficaz. Da mesma maneira, a criação de grandes expetativas junto dos clientes, pode ser um desastre, quando a nossa capacidade de entrega do serviço é lenta. Temos de ser criativos e saber ajustar a nossa estratégia, o nosso discurso, de maneira a transformarmos as nossas fraquezas em oportunidades de melhoria. Temos de ser criativos da maneira como abrimos a porta ou atendemos o telefone aos clientes, temos de ser criativos da maneira como apresentamos as propostas comerciais, temos de ser criativos da maneira como analisamos a satisfação dos clientes, enfim…Temos de ser criativos sempre e o exercício de saber estimular todas as partes interessadas dentro das organizações à volta da Criatividade/Inovação é uma arte ainda maior. Até lá!

2015-01-12

Cowork Coimbra: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativo?

Cowork.coimbra
... a criatividade que existe em cada um de nós permite-nos dar respostas a questões, desafios ou problemas que por serem diferentes das que são dadas habitualmente se tornam mais eficazes, duradoiras, rápidas!!!...e por tudo isto tem muito maior impacto em todos os intervenientes , activos ou passivos na situação em causa! ...uma resposta/proposta inesperada abre prespectivas novas sobre a situação a resolver, permite uma nova visão e desencadeia uma corrente de estimulo e motivação para alcançar o objectivo!...desta forma é fácil entender como a criatividade anda de mãos dadas com a inovação e como ambas estão na génese de êxito!

2015-01-11

Rui Pinho: Porque é importante para ti a Criatividade? Podes partilhar algum momento em que foste criativo?


Rui Pinho


Que desafio fantástico Pedro Paiva ! Dos inúmeros casos e situações com que me tenho agradavelmente encontrado a nível profissional e pessoal confesso que a minha fonte criativa mais querida é sem sombra de duvidas o meu filho. Com quatro anos sempre foi um menino com “personalidade forte” como gosto de dizer  


Recordo uma vez em que estávamos a almoçar em família, todos já haviam terminado e aguardávamos pacientemente que o “menino” terminasse a sua refeição, coisa que estava muito de longe de acontecer. Apesar dos nossos constantes alertas e pedidos para que comesse ele encontrava sempre um bom motivo para adiar a entrada de mais um garfo de comida na boca. Isto apesar de estar a comer uma das comidas que mais lhe agrada. Um simples prato de arroz com salsicha, ovo e salada. Ficando já um pouco impaciente com tanta demora comecei a folhear o jornal e dei com um anuncio da chegada do circo à cidade. Foi ai que se deu o “click”, quase sem pensar perguntei-lhe “ Olha, queres comer antes um arroz de palhaço?” Os olhos dele como que se iluminaram. “ Arroz palhaço?” Perguntou, “Siiiim!” disse logo de seguida. Retirei-lhe o prato da mesa e reorganizei a comida, o arroz assumiu a forma de uma cara, o ovo transformou-se num par de olhos, a salsicha numa boca e o tomate num grande nariz vermelho... devorou o palhaço num ápice, e a partir dessa data arroz de palhaço passou a integrar a nossa ementa 

É verdade que em algumas pessoas a criatividade é quase uma marca distintiva, algo que ressalta aos olhos dos outros mas também é verdade que todos nós somos detentores desse “super poder”, desse “toque mágico”, chamado criatividade. Esta, chamemos-lhe habilidade ou aptidão, está presente em nós desde bem pequeninos. 


Acredito profundamente que todos possuímos este dom e que apenas temos de o exercitar para o desenvolver ou realçar, exatamente como se fosse um músculo do nosso corpo. Treinar, treinar treinar, é a palavra chave.



Ler mais em: brainnovation

Brainnovation: Aprender com edições passadas!



Quando olhámos para o baú dos projetos, revemos pessoas, atividades, momentos que nos deixam sorridentes. Também aprendemos imenso com as partilhas e debates que surgem à volta dos temas.

Agora, que vai iniciar o ciclo na Ordem dos Farmacêuticos, na Secção Regional de Coimbra, fui relembrado de respostas muito boas a questões colocadas aos participantes!

Uma das questões colocadas foi:
Todos sabemos que a criatividade é importante na nossa vida. Mas como? Porque é importante para vocês a Criatividade? Podem partilhar algum momento/situação em que foram criativos?

As respostas seguirão em breve!!