2018-07-05

Dez para as Dez * Os promotores e os detractores nas organizações.

Photo by Alex Kotliarskyi on Unsplash

Preciso de pessoas na minha organização?
Se preciso como os trato? Cuido deles? Quero pessoas satisfeitas?
As minhas ações, enquanto líder, vão originar promotores, neutros ou detractores:



No dia 1 de Maio é feriado. É o dia do trabalhador. Este
feriado resulta de uma luta que foi iniciada no século XIX pela jornada de 8h.
Isto significa que, já desde o século XIX que existe uma luta dos trabalhadores
pelos seus direitos. O 1.º de Maio simboliza essa luta dos trabalhadores de
vários sectores, pelos seus direitos, e apesar de ter iniciado com a luta pela
diminuição da jornada de trabalho para as 8h, hoje representa outros direitos
importantes para si e para a sua vida.

Seguindo a via de La Palisse, podemos afirmar convictamente que há várias questões relacionadas com os trabalhadores e com os empregadores. Começando com algumas questões ligadas ao empregador, há uma entrevista realizada a António Brandão, o chairman da consultora Everis Portugal, cujo título resume bem a postura que os responsáveis das empresas devem ter: “se uma empresa precisa de recursos humanos e não os trata bem, então ela está a dar cabo do seu próprio negócio”. Esta entrevista fez-me reflectir sobre o papel dos trabalhadores de uma organização?
São promotores? São neutros? Ou são detractores?

Os promotores têm um entusiasmo, um sentimento de pertença, um orgulho tal em fazer parte de um projecto que, em qualquer sítio em que esteja, este trabalhador está a promover a sua empresa, está a persuadir quem o rodeia dos méritos e benefícios da empresa e dos seus produtos, está a ser um comunicador de uma imagem positiva da empresa. Provavelmente fala com alegria e paixão sobre o seu local de trabalho.

Por outro lado, temos os neutros. São aqueles que estão aqui, como podem estar em qualquer outro lado. Se este emprego não der, vou para outro lado sem problema nenhum. É uma aplicação tradicional dos nem-nem… Nem aquenta, nem arrefenta. Quando estimados e bem tratados, a maioria poderá originar novos promotores. Se mal tratados ou ignorados, podem passar a ser excelentes detractores.

E por falar em detractores, estamos a falar daqueles que, em qualquer sítio onde estão, num jantar de família, numa reunião com amigos, num café, são detractores da empresa, ou seja, falam mal da organização… Porquê? Porque não se sentem bem, porque têm problemas, porque existem situações
que não estão bem resolvidas, porque não se sente o espírito de equipa, porque… por uma série de factores relevantes para que as pessoas sintam uma vontade enorme falar… falar sobre aquilo que lhes acontece, sobre os seus problemas, sobre o que de mal lhes está a acontecer e sobre como estão com uma grande vontade de mudar.

Podemos dar aqui uns exemplos muito breves. Felizmente, há diversos promotores em várias empresas. Lembro-me de umas caves, no norte da bairrada, que davam as primeiras garrafas aos seus trabalhadores ainda antes de as disponibilizarem para fora. Estes trabalhadores experimentavam os vinhos em família ou com os amigos e davam, não só o seu feedback, como estavam a realizar uma  promoção gratuita e entusiasmada daquele vinho a um conjunto de pessoas sobre as quais tinham influência.

Nos detractores, o exemplo que me ocorre mais frequentemente, pela quantidade de vezes que este problema surge nas empresas (ou não surge) é o exemplo dos motoristas, das pessoas que vão fazer
entregas em nome de uma organização, e que muitas vezes são desvalorizados pela própria organização, o que é completamente errado. Imaginemos que um motorista vai fazer uma entrega e, na empresa cliente, ou seja, quem está a receber os produtos, dizem que há qualquer coisa que não está bem. Frequentemente, o motorista diz – “Isso não é nada comigo. Têm que falar para a empresa.” A imagem que passa de imediato, é que o motorista não quer saber do cliente. Cumpriu o seu dever, ou seja, fez o transporte e não quer saber de nada mais. Estamos na presença de uma excelente oportunidade de formar e assegurar que o motorista, bem como qualquer pessoa da organização ou que trabalham em nome da mesma, e independentemente da sua função, estejam preparadas para lidar com estas e outras situações de forma a mostrar que a empresa, e todas as pessoas da empresa ou que a representam, estão preocupadas com os seus clientes. Dessa forma, a empresa transmite uma imagem de profissionalismo, de elevada preocupação com o cliente e é uma forma óptima de aumentar a notoriedade, a satisfação do cliente e a confiança deste na empresa.

Ficam ainda outras perguntas no ar, como: "para quem trabalha realmente cada trabalhador?" Trabalha para a entidade empregadora? Trabalha para os colegas? Trabalha para si e para a sua família? Bem, esta é uma reflexão que fica para outra altura.

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