A aposta na inovação de Portugal tem sido forte e com resultados bastante positivos.
De acordo com o European Innovation Scoreboard, e depois de alguns anos no grupo de "inovadores moderados", Portugal passou a fazer parte do grupo "inovadores fortes", sendo um dos países que maiores progressos tem feito nesta área.
Alguns pontos a salientar (notas breves), a partir deste artigo, deste, e de alguns dados oficiais que constam no european innovation scoreboard 2020:
- Portugal está, pela primeira vez, no grupo de "inovadores fortes";
- Foi um dos 5 países da UE com maior subida no ranking;
- Nos últimos 2 anos, o salto foi ainda mais acentuado;
- Pelo segundo ano consecutivo, Portugal lidera o parâmetro "inovação nas pequenas e médias empresas";
- O grupo "inovadores fortes" é o segundo da hierarquia, abaixo do grupo "lideres em inovação" e acima dos "inovadores moderados" e "inovadores modestos";
- Elementos do "inovadores fortes", são: Portugal, Estónia, França, Irlanda, Áustria, Alemanha, Bélgica, Israel, Islândia, Noruega e Reino Unido.
- Os elementos do grupo "lideres em inovação" são: Suécia, Finlândia, Dinamarca, Holanda e Luxemburgo;
- Portugal continua fraco nas parcerias público/privada, ao nível da I&D;
- Tem havido grandes progressos na qualificação humana;
- O SCT e a Investigação tem tido melhorias nos resultados e reconhecimento internacional;
- Continua a haver dificuldades em transformar o conhecimento e o capital humano em investimento, riqueza e emprego;
- Há muitas empresas sem capital ou recursos tecnológicos para grandes investimentos em I&D;
- Há um baixo n.º de doutorandos a trabalhar nas empresas;
- Há limitações financeiras nas instituições de ensino superior;
- Há um desfasamento entre projetos de investigação e problemas reais das empresas;
- Há um desfasamento entre disponibilidade de investigadores e prazos curtos das empresas;
- Instituições têm menos flexibilidade, intensidade e foco do que o necessário para um apoio concreto à economia;
- Seria útil que o papel dos investigadores nas empresas fosse valorizado em termos de carreira académica;
- É importante haver uma estratégia nacional para a inovação;
- Seria importante assegurar um alinhamento entre as partes interessadas, para potenciar a capacidade de Inovação.
Podem ler os artigos completos abaixo:
Portugal junta-se ao grupo de "inovadores fortes" da União Europeia
https://www.tsf.pt/futuro/portugal-junta-se-ao-grupo-de-inovadores-fortes-da-uniao-europeia-12342398.html
Portugal junta-se ao grupo de "inovadores fortes" da União Europeia
Foi um dos cinco países que mais progrediu em matéria de inovação nos últimos dois anos.
https://www.tsf.pt/futuro/portugal-junta-se-ao-grupo-de-inovadores-fortes-da-uniao-europeia-12342398.htmlPortugal registou dos maiores progressos em termos de inovação nos últimos anos, e passou a integrar o grupo de Estados-membros da União Europeia considerados "inovadores fortes", revela o Painel Europeu de Inovação hoje divulgado pela Comissão Europeia.
O relatório anual publicado esta terça-feira mostra que, entre 2012 e 2019, Portugal foi um dos cinco países da UE que mais progrediu em matéria de inovação, destacando-se o 'salto' dado nos últimos dois anos, de 84 pontos para 105 pontos, o que coloca o país pela primeira vez no grupo de "inovadores fortes", depois de ao longo dos últimos anos ter sido considerado um "inovador moderado".
Pelo segundo ano consecutivo, Portugal é mesmo líder numa das áreas contempladas para a elaboração do 'ranking', a "inovação nas pequenas e médias empresas", e integra agora o grupo de sete países considerados "inovadores fortes", o segundo mais elevado da hierarquia, depois dos "líderes em inovação", que são Suécia, Finlândia, Dinamarca, Holanda e Luxemburgo.
O relatório aponta que, em média, o desempenho em termos de inovação na UE aumentou 8,9% desde 2012 -- tendo as maiores subidas sido protagonizadas por Lituânia, Malta, Letónia, Portugal e Grécia -, e, pelo segundo ano consecutivo, suplanta o dos Estados Unidos, permanecendo também à frente de potências como Rússia e China.
Inovação: mais fortes mas ainda descoordenados
Alexandre Meireles, Presidente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, 01 Julho 2020
Urge uma estratégia nacional para a inovação que identifique o que pode dar melhores resultados tanto para a comunidade científica como para o tecido empresarial.E eis que, no turbilhão da pandemia de Covid-19, somos bafejados com uma boa notícia: Portugal passou de “inovador moderado” a país “fortemente inovador”, de acordo com o European Innovation Scoreboard. Isto significa que reforçámos a nossa capacidade de converter em valor económico e social o conhecimento científico, tecnológico e criativo que produzimos internamente. Portugal foi, aliás, um dos cinco Estados-membros da União Europeia (UE) que mais progrediu em matéria de inovação nos últimos dois anos.
Importa sublinhar que, pelo segundo ano consecutivo, Portugal é líder numa das áreas críticas do relatório: a inovação nas pequenas e médias empresas. Ainda que, segundo o mesmo relatório europeu, o nosso país continue a pecar no capítulo das parcerias entre os sectores público e privado ao nível da I&D. As empresas e os produtores de conhecimento na esfera do Estado (universidades, instituições científicas, institutos de interface, centros de inovação, polos tecnológicos, etc.) continuam a revelar alguma dificuldade em criarem sinergias entre si, o que penaliza a competitividade do país nos sectores de elevada especialização.
Nas últimas décadas, Portugal registou avanços muito significativos na qualificação humana e o seu sistema científico desenvolve hoje mais investigação, com melhores resultados e maior repercussão internacional. Contudo, o país ainda não consegue transformar em investimento, riqueza e emprego o potencial quer do seu capital humano, quer do conhecimento científico produzido nos seus polos de investigação. E é a isto mesmo que o European Innovation Scoreboard se refere, quando aponta para um desempenho menos conseguido na cooperação entre empresas e instituições públicas produtoras de conhecimento.
As características do tecido empresarial ajudam a explicar as dificuldades nas parcerias. Em Portugal, e o relatório também o diz, são muitas as empresas que não dispõem de capital nem de grandes recursos tecnológicos para investimentos consideráveis em I&D. Acresce que, como é do conhecimento geral, o número de doutorados a trabalhar nas nossas empresas é dos mais baixos da Europa. Falta por isso quer capacidade financeira e tecnológica, quer capital humano para a realização de mais projetos comuns de I&D entre os sectores público e privado.
Da parte das instituições públicas de ensino superior, ciência e tecnologia, por seu turno, há também importantes limitações financeiras, ao mesmo tempo que se verifica um certo desfasamento entre os projetos de investigação e os problemas concretos das empresas e entre a disponibilidade temporal dos investigadores e os timings apertados do tecido empresarial para rentabilizar os investimentos em inovação. As instituições ainda não revelam a flexibilidade, a intensidade e o foco necessários para um apoio mais efetivo à economia, sendo por isso desejáveis medidas que valorizem, nas carreiras académicas, o papel dos investigadores dentro das empresas.
Estando Portugal a preparar um novo quadro comunitário de apoio, bem como o acesso ao Fundo de Recuperação Europeu, parece-me pertinente que, considerando os bons resultados mas não esquecendo as nossas persistentes debilidades, fosse gizada uma estratégia nacional para a inovação. Estratégia, essa, onde seriam definidas as guidelines para uma relação mais coordenada e sinérgica entre os diferentes atores do sistema nacional de inovação, entre os quais se incluem as empresas e as associações empresariais. Interessa saber quem faz o quê e identificar o que, em conjunto, pode dar melhores resultados tanto para a comunidade científica como para o tecido empresarial.
Urge uma estratégia nacional para a inovação que identifique o que pode dar melhores resultados tanto para a comunidade científica como para o tecido empresarial.E eis que, no turbilhão da pandemia de Covid-19, somos bafejados com uma boa notícia: Portugal passou de “inovador moderado” a país “fortemente inovador”, de acordo com o European Innovation Scoreboard. Isto significa que reforçámos a nossa capacidade de converter em valor económico e social o conhecimento científico, tecnológico e criativo que produzimos internamente. Portugal foi, aliás, um dos cinco Estados-membros da União Europeia (UE) que mais progrediu em matéria de inovação nos últimos dois anos.
Importa sublinhar que, pelo segundo ano consecutivo, Portugal é líder numa das áreas críticas do relatório: a inovação nas pequenas e médias empresas. Ainda que, segundo o mesmo relatório europeu, o nosso país continue a pecar no capítulo das parcerias entre os sectores público e privado ao nível da I&D. As empresas e os produtores de conhecimento na esfera do Estado (universidades, instituições científicas, institutos de interface, centros de inovação, polos tecnológicos, etc.) continuam a revelar alguma dificuldade em criarem sinergias entre si, o que penaliza a competitividade do país nos sectores de elevada especialização.
Nas últimas décadas, Portugal registou avanços muito significativos na qualificação humana e o seu sistema científico desenvolve hoje mais investigação, com melhores resultados e maior repercussão internacional. Contudo, o país ainda não consegue transformar em investimento, riqueza e emprego o potencial quer do seu capital humano, quer do conhecimento científico produzido nos seus polos de investigação. E é a isto mesmo que o European Innovation Scoreboard se refere, quando aponta para um desempenho menos conseguido na cooperação entre empresas e instituições públicas produtoras de conhecimento.
As características do tecido empresarial ajudam a explicar as dificuldades nas parcerias. Em Portugal, e o relatório também o diz, são muitas as empresas que não dispõem de capital nem de grandes recursos tecnológicos para investimentos consideráveis em I&D. Acresce que, como é do conhecimento geral, o número de doutorados a trabalhar nas nossas empresas é dos mais baixos da Europa. Falta por isso quer capacidade financeira e tecnológica, quer capital humano para a realização de mais projetos comuns de I&D entre os sectores público e privado.
Da parte das instituições públicas de ensino superior, ciência e tecnologia, por seu turno, há também importantes limitações financeiras, ao mesmo tempo que se verifica um certo desfasamento entre os projetos de investigação e os problemas concretos das empresas e entre a disponibilidade temporal dos investigadores e os timings apertados do tecido empresarial para rentabilizar os investimentos em inovação. As instituições ainda não revelam a flexibilidade, a intensidade e o foco necessários para um apoio mais efetivo à economia, sendo por isso desejáveis medidas que valorizem, nas carreiras académicas, o papel dos investigadores dentro das empresas.
Estando Portugal a preparar um novo quadro comunitário de apoio, bem como o acesso ao Fundo de Recuperação Europeu, parece-me pertinente que, considerando os bons resultados mas não esquecendo as nossas persistentes debilidades, fosse gizada uma estratégia nacional para a inovação. Estratégia, essa, onde seriam definidas as guidelines para uma relação mais coordenada e sinérgica entre os diferentes atores do sistema nacional de inovação, entre os quais se incluem as empresas e as associações empresariais. Interessa saber quem faz o quê e identificar o que, em conjunto, pode dar melhores resultados tanto para a comunidade científica como para o tecido empresarial.
Sem comentários:
Enviar um comentário