O conceito de burnout surgiu em 1974 pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger, que o denominou como “um estado de esgotamento físico e mental, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”. Segundo dados da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, 13,7% das pessoas ativas em Portugal estavam em estado de burnout em 2016. No mesmo ano, 82% estavam em risco elevado de entrar em burnout. Fonte: Advance Care
O cansaço mental vai-se sentindo devagar e sem nos apercebermos que está a surgir. Torna trabalhos e atividades simples em pesadas, difíceis e desmotivadoras. Está associado ao stress acumulado, ao excesso de informações e à pressão para realizar diversas tarefas, rapidamente. Este tipo de cansaço tem impacto em várias dimensões da nossa vida, na memória, no foco, na produtividade e nas relações interpessoais.
Há várias formas de combater o cansaço mental. Eu optei por uma que nos permite pôr em prática a sabedoria de Dale Carnegie que nos dizia: "Descansa antes de te cansares." Desta forma, fazer os Caminhos de Santiago é uma experiência interessante, que permite reduzir o nível de cansaço mental e ficar satisfeito e orgulhoso com as dores nas pernas, em músculos conhecidos e desconhecidos e com o chegar derreado ao fim do dia. Os objetivos para o dia, no início de cada dia, parecem sempre difíceis e longínquos, mas têm sido possível alcançar todos eles e, nalguns casos, ir um pouco mais longe.
Assim, conseguimos esquecer os desafios do dia a dia, com maior ou menor rapidez, e entrar num estado de foco no "Caminho" e nos problemas que vamos sentindo a cada passo (pedras, paus, vegetação, asfalto, andar sem parar, dores nas pernas, bolhas, etc).
Para já, o Caminho ainda só vai em terras Lusas e posso dizer que me tem permitido conhecer um país de uma perspectiva diferente, passando por lugares espantosos e por lugares mal cuidados e negligenciados. Vamos apreciando a nossa cultura enquanto país, percebendo como há muito de positivo pelo Caminho, mas também situações desagradáveis e tristes, que carecem de mudança e melhoria. É a vida a ser apresentada durante o Caminho, como um documentário em que somos nós que nos movemos. É uma boa metáfora para a nossa vida, que é um desafio constante, com muitos momentos de alegria e com muitos desafios, dificuldades, frustrações e até raiva.
Depois de terminar mais uma fase do Caminho, está na altura de tratar das feridas, reduzir as dores e aproveitar esta purgação mental, que nos deixa mais leves e com uma sensação de maior bem-estar.
O Caminho é para continuar logo que surja a oportunidade de termos 4 dias "off" e esta tem sido uma excelente prevenção para o cansaço mental. Na minha perspectiva, claro!
Cada um de nós faria bem em encontrem e aproveitar as nossas formas preferenciais de descanso, para poderemos correr atrás dos nossos sonhos e objetivos de vida a maior parte do tempo.
Eu estou convencido que vou continuar estes caminhos em vários momentos da minha vida, pois trazem algo difícil de definir, mas repleto de boas sensações.
Desafio-vos a entrar nesta aventura. Preparem-se, determinem os vossos objetivos e metam-se a Caminho. Pode ser que sintam um alívio na pressão e frenesim do dia-a-dia.
Votos de Bom Caminho... para Santiago ou na Vida!
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