O Planeamento
Se há algo que uma peregrinação nos ensina é que não importa quantas vezes planeamos tudo ao detalhe – o caminho surpreende sempre. E foi isso que vivemos num grupo de 22 peregrinos que partiram de Pontevedra rumo a Santiago de Compostela, numa jornada de três dias cheia de desafios, histórias e aprendizagens.
Os Estranhos
No início, éramos quase estranhos. Cada um conhecia alguém, mas as relações eram maioritariamente individuais. Vieram pessoas de várias regiões – Coimbra, Guimarães, Braga, Lisboa, Mealhada, entre outras – e, mesmo sem saber, estávamos todos à procura de algo. Talvez tenhamos encontrado algo... Talvez tenhamos que continuar a procura!
Os Coordenadores
O grupo de coordenação organizou-se para ser discreto e fazer a sua peregrinação. O objetivo era ter o papelo de mais uns peregrinos no grupo. Rapidamente mostraram capacidade de adaptação e gestão de imprevistos, o que se revelou vital. E não faltaram desafios: desde trocas inesperadas de alojamento até momentos de intenso desgaste físico e emocional. A Sara, a Inês e a Ana Rita, foram impressionantes. Com elas é muito fácil trabalhar. Eu espero ter cumprido com os minímos olímpicos no meu papel.
As Histórias
Houve histórias inspiradoras... histórias de vida ou atitudes durante a peregrinação. Houve quem expusesse as suas estratégias para enfrentar os desafios que apareciam... houve quem ultrapassasse dificuldades pessoais intensas...
O Processo
O processo de transformação do grupo foi igualmente comovente. Vimos que pessoas que, desde o início se preocupavam com o grupo, até pessoas que se preocupavam consigo próprias e com o seu bem-estar pessoal (quase em exclusividade). A maioria destas pessoas, no último dia, já tinha uma grande preocupação com o grupo e com o bem-estar coletivo. Foi fascinante perceber que, em 3 dias, em condições difíceis, com alimentação, dormidas e rotinas diferentes das existentes no nosso dia-a-dia, e sem as pessoas que habitualmente preenchem os nossos dias, é possível transformar um conjunto de pessoas num grupo com grande espirito de entreajuda.
Os Momentos
Houve vários momentos especiais que ficaram gravados: a descoberta do “oásis do peregrino” – uma simples arca com bebidas frescas numa paragem de autocarro, que nos deu forças em horas críticas – ou o apoio mútuo entre um grupo animado de amigas que, apesar do cansaço, nunca deixavam ninguém ficar para trás.
A Autogestão
Todos passaram a estar na coordenação do grupo e a apoiar nas decisões, na ajuda a tratar de toda a logística e no apoio a quem precisava. Tornou-se um grupo autogerido, com muita facilidade. Seria uma equipa na qual eu ficaria satisfeito de estar integrado se surgisse um projeto que o proporcionasse.
A Celebração
No jantar final, a alegria misturava-se com exaustão. Todos partilhavam a sensação de missão cumprida e, entre risos e dores por todo o corpo, sabíamos que tínhamos vivido algo inesquecível.
A Reflexão Final:
Esta caminhada, mais do que um percurso físico – foi um caminho interior, onde aprendemos sobre empatia, resiliência e o poder incrível da entreajuda.
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