As
pessoas têm medo do vazio, evitam-no a todo o custo. Em design o
espaço em branco, também designado vazio ou negativo, é um espaço
para respirar que permite dar destaque ao que realmente é
importante, à mensagem a passar.
Ao
contrário do que muita gente pensa, o design não é arte e não
serve para ser contemplado, serve para ser usado, é o objetivo dele
ser útil e funcional.
O
ser esteticamente agradável é ser harmonioso, discreto, sóbrio e
integrado na função do projeto. A estética é uma aparência
física que varia em gosto consoante valores pessoais e culturais.
Por isso se adicionam texturas, cores, imagens, entre outros
elementos gráficos para facilitar a mensagem de acordo com as
pessoas com quem queremos comunicar, mas estes elemento são
elementos de atração e sedução do marketing, quando usados em
excesso dificultam a transmissão da mensagem.
Quando
um designer desenvolve um projeto ele está a trabalhar para
comunicar alguma coisa a alguém. O início do seu trabalho passa por
se inteirar e pesquisar sobre um estilo de vida para assim integrar o
seu projeto de acordo com determinadas funções. Um
projetos de design é criado com o objetivo de resolver uma
necessidade, têm um objetivo claro e lógico para a sua execução.
A celebre frase de Louis Sullivan, “a forma segue a função”, é
o resumo de um dos princípios fundamentais do design. A estrutura de
algo deve partir da função a que se destina. O
projeto tem de funcionar e para isso tem de fazer chegar a mensagem
ao público alvo. Para um projeto funcionar é preciso que o designer
tenha uma perceção do todo, o projeto não é um elemento único,
está enquadrado num determinado ambiente e como tal deve
enquadrar-se nessa totalidade percebida. Um trabalho de design é o
resultado da funcionalidade aliada ao dia a dia e não de um capricho
pessoal ou de tradição histórica. É
o público alvo que demonstra a eficácia do projeto. Os
projetos de design devem ser simples, claros e objetivos no
cumprimento da sua função e sempre com base no conhecimento do seu
público alvo. Tal como dizia Walter Groupis o objetivo é a
“simplicidade na multiplicidade”.
Em
suma, um designer começa o trabalho no vazio, com uma folha branca,
sem conteúdo, sem informação. Para poder desenvolver o seu
trabalho o designer necessita de fazer pesquisas e de obter
informações sobre o que utilizar como solução para o seu
problema. O seu processo de trabalho baseia-se em muita pesquisa,
teste de ideias e análise de testes, para chegar à solução final
que cumpra o objetivo.
Os
espaços vazios são importantíssimos no design, servem para fixar a
atenção no conteúdo do projeto, são áreas sem elementos
gráficos, sem conteúdo, é o espaço entre as linhas de texto, as
margens e as molduras de fotografias por exemplo. Passam a sensação
de leveza e deixam a experiência do usuário mais satisfatória, são
as guias de leitura de um projeto, sem elas a leitura fica
dificultada, direcionam o olhar do leitor para os conteúdos e a
mensagem é transmitida eficazmente. Estes espaço podem ou não ser
brancos mas não devem ter elementos que chamativos.
Damos
muita atenção aos espaços preenchidos evitando ao máximo a
existência de espaços vazios. Se vemos um trabalho com espaços
vazios queremos sempre preenche-los com mais elementos, quando isso
vai fazer com que um projeto não tenha ligação entre espaço
positivos e negativos, sem existir o contraste visual essencial para
a leitura fluente. O nosso cérebro precisa desse contraste, do
diferente, e um design simples e discreto cria mais esse contraste
que facilita a leitura fácil e eficiente, ao invés de um espaço
saturado de informação.
Trabalhar
com um design discreto é uma boa solução para controlar a mensagem
a ser transmitida bem como a forma como o usuário interage com ela.
A mensagem é o principal elemento do projeto e os elementos gráficos
devem ajudar a destacá-la e não o contrário. Se a mensagem é
clara então poucos elemento são suficientes para transmiti-la. Ao
usar elementos gráficos que nada acrescentam à mensagem estamos
apenas a enfeitar e a poluir visualmente o trabalho, fazendo até com
que a mensagem seja mais difícil de passar. No meio de muito
informação é difícil o usuário perceber o que lhe pretendem
dizer, logo mais difícil vai ser se atingir objetivos de
comunicação. Muitos elementos num projeto não indicam qualidade no
trabalho. “Menos é mais“ já dizia Mies Van der Rohe.
Sun
Tzu disse no seu livro a Arte da Guerra “com formas se fazem planos
de batalha mas as pessoas não entendem isso. As pessoas conhecem as
formas das vitórias mas não o modo como são conquistadas.”
Quando alguém contrata um designer para desenvolver um determinado
projeto já tem uma ideia do que quer, mas muitas vezes não tem
noção do caminho para chegar à solução final, nem entendimento
para perceber que a solução que idealizou pode não funcionar
totalmente, para chegar onde pretende. É preciso conhecer a forma
para projetar, é preciso conhecimento, estudo e técnica para
acertar com o mínimo de erro e desperdício na solução que vai
fazer chegar ao objetivo definido.
O
design é uma ferramenta de comunicação, esta por sua vez é
ferramentas de trabalho do marketing, que é uma das áreas da
gestão. Com certeza já identificou que a gestão é um ponto
fundamental no desenvolvimento do seu negócio. Então como descura o
trabalho de design quando faz parte dessa cadeia de valor da sua
empresa? Como vê é demasiado importante para desenvolver o seu
negócio. Não deixe este trabalho ser feito em cima do joelho e por
pessoas que não têm os conhecimentos necessários para o
desenvolver de forma a cumprir os objetivos idealizados por si.
Defina a sua estratégia de marketing e comunicação com um
profissional e coloque-a em pratica igualmente com um profissional.
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