O nosso dia a dia tem um ritmo tão intenso que dificilmente nos permite observar muitos monumentos que existem à nossa volta. E se gosto muito de monumentos antigos, repletos de história e de histórias, gosto ainda mais de monumentos modernos, repletos de futuro e de esperança em mudar o mundo para algo melhor do que é hoje.
Quando a oportunidade se encontra com a vontade, encontramos disponibilidade. Foi o que aconteceu. A vontade já existia, pois a arquitetura moderna e atrativa do Biocant, atrai os olhos mais indiferentes às linhas curvas e/ou direitas que alguém pensou, planeou e construiu.
Foi o que aconteceu num evento do TEDX Youth, ver Falar de competências e... de mudar o mundo, para o qual a Joana Branco foi convidada para oradora motivacional, através da sua história pessoal (fabulosa, diga-se de passagem). Eu tive a felicidade de me quererem igualmente ouvir e, assim, tive a oportunidade de conversar com muito boa gente, coletivo em que a Joana se incluía.
Ficou logo definida a possibilidade de visitar o Biocant. Se eu tenho um enorme interesse pela Inovação e pela Criatividade, o interesse da Joana é igualmente grande. Depois de umas semanas sem marcar as visistas, tal como quando dizemos a um amigo que temos que jantar ou tomar um café e fica indefinido no tempo, assim estava a decorrer a marcação desta visita. Estando a oportunidade aberta, dizendo eu que a vontade estava presente, só restava encontrar a disponibilidade, ou as palavras contrariariam os atos. Pois foi nesta segunda-feira abrasadora que marcámos a visita. Posso dizer-vos que tive a sorte de ter uma cícerone apaixonada pela ciência e pela gestão empresarial, o que tornou a visita não só muito válida do ponto de vista do conhecimento, mas acima de tudo fascinante por ver alguém que apresentava as o parque e as empresas que lá estavam como se fossem suas. E também lá tem uma empresa...
Passando à visita, como se de um museu do presente e do futuro se tratasse, fomos visitando os vários edifícios e conhecendo a história que sustenta o Biocant.
Devo dizer que se a beleza dos edifícios, visto por fora, é grande, por dentro há uma sensação de bem estar permanente, com pessoas que transmitiam bem-estar e tranquilidade.
Começamos pelo edifício-sede, com uma visita ao auditório, magnifico e aberto a empresas e organizações que ali pretendam realizar eventos. Tem ainda várias salas de formação equipadas, para proporcionar a aquisição e partilha de conhecimentos, como não poderia deixar de acontecer num espaço em que o conhecimento tem um papel fundamental.
No edifício-sede há ainda o Centro de Ciência Junior, que pretende que haja um contacto com a ciência desde muito jovens e têm programas específicos para escolas ou grupos de crianças. (ver Centro de Ciência Junior). Fomos visitar outros edifícios, passando por diversas empresas, das quais a maior embaixatriz do espaço será, com certeza, a Crioestaminal. Aliás, esta empresa tem um corredor muito interessante, que permite ver de fora, sem qualquer interferência, o laboratório e a sala de criopreservação, acompanhada de alguma informação, entre a qual se deve salientar os casos em que as células criopreservadas já foram utilizadas em situações reais e os resultados obtidos em cada criança que as utilizou. É um momento de grande humanidade. Sente-se que a sua atividade fez a diferença na vida de algumas pessoas. Mesmo que fosse apenas 1 pessoa, já teria valido a pena.
Destacam-se ainda os edifícios UC Biotech, em que uma unidade de investigação aplicada da Universidade de Coimbra, foi construída no Biocant, permitindo uma aproximação maior do processo de Investigação e Desenvolvimento ao processo de Desenvolvimento de Negócio. É interessante pois aproxima duas fontes de saber importantes para construir negócios viáveis e com um propósito.
Nesta visita, em que foi explicado o papel do Biocant como agregador das empresas de Biotecnologia nacional, representando já 35% das empresas em território nacional, foram percebidas ainda outras vantagens: a promoção da ciência, nomeadamente a Biotecnologia com a marca Portugal, o reforço da presença no exterior e o conhecimento relativo às necessidades específicas deste tipo de empresas.
O último edifício, no qual não entrámos e que está por inaugurar, tem como finalidade a captação de empresas internacionais para o Biocant. Uma aposta que poderá trazer outros conhecimentos de investigadores de outros meridianos, o que só pode beneficiar quem está presente, e quem venha a estar, independentemente da nacionalidade das empresas ou dos investigadores.
Conclusão, a Biotecnologia Portuguesa está saudável, numa fase pós-embrionária, mas com um crescimento sustentado e com uma entidade (Biocant) que está focada em tratar bem este ativo da ciência e da economia portuguesa, e que tem como missão valorizar a I&D e as empresas do setor.
Muito obrigado Biocant. Muito obrigado Joana Branco. Até breve. Até sempre!
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