2012-02-01

vinho sem alergias



Ser alérgico já não é desculpa: Uma metodologia de produção de vinho branco, desenvolvida na Universidade de Aveiro, vai permitir que seja produzido sem a adição de sulfitos, o que vai permitir que pessoas alérgicas "ao vinho", possam beber o vinho sem que este tipo de problemas se manifeste.

O vinho, como é sabido tem uma história rica em inovação, seja ao nível de processo, do próprio vinho, ou de marketing. Também é claro para todos que o vinho e todas as atividades complementares têm um papel importante na economia não só da região, mas do país. Somos um país vinhateiro e, desde os anos 80 do século XX, tem havido grandes evoluções, associado a um aumento significativo dos enólogos, e com posicionamentos trabalhados ao nível das marcas/quintas/produtores.


Há exemplos desta evolução do setor que são imediatos: lembro-me de ter estado há algum tempo a ouvir a Filipa Pato descrever a forma como chegou ao "Charmoso". Um vinho espumoso e a sua tentativa de afastar o seu vinho do conceito de espumante, conceito este associado a vinhos fracos. Assim, trabalhou uma marca, o "Charmoso", e tudo o que está à sua volta: comunicação, imagem e design, entre outros.
Também foi com agrado que as visitei o Aliança Underground Museum, visita esta que terminou com um jantar com leitão e espumante, e que constatei que há um aproveitamento das tradicionais Caves para possibilitar um museu "Vivo", i.e. um museu em que é possível estar a visitar e ver as pessoas a trabalhar, sem que haja cruzamento entre as partes, não criando obstáculos à operacionalidade exigida pela produção. A acrescentar, permite-nos o acesso a uma exposição de pintura, o que faz aumentar a percepção de que estamos mais num museu e menos numas caves cuja finalidade principal é produzir. Acaba por dar algum romantismo às caves, e as pessoas que lá trabalham são atores de um documentário em tempo real.

Poderíamos dar mais exemplos, como o conceito da Quinta do Encontro, ou a marca promocional 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada muito bem conseguida e que é um selo de qualidade com um reconhecimento abrangente. Poderíamos falar de muitas outras situações que provam o espirito empreendedor associado ao setor vitivinícola.

Mas vamos falar apenas deste caso específico, de alteração do método de produção, com consequentes alterações às caraterísticas do vinho, sem alteração da sua qualidade. Este método simples como o "Ovo de Colombo" o foi,  pode vir a ser responsável por uma alteração significativa no vinho tal como o conhecemos, embora subtil para o apreciador/consumidor. Este método tem ainda a vantagem de manter os custos de produção praticamente iguais aos atuais. Já foi objeto de patente e continuam os testes, prevendo-se que ainda este ano possa já ser utilizado nalgumas provas de vinho, mas que, durante o próximo ano, possa ser utilizado de forma massiva:
Alérgicos já podem beber vinho sem problemas!:
Método português permite fazer vinho branco sem sulfitos!

Há sempre quem desconfie que estamos no limiar da capacidade para inovar! Mas há sempre quem nos prova que cada limiar definido, o é apenas enquanto não aparece um novo limiar.
E agora, o que nos reservará o futuro dos vinhos?

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