Tempos houve em que os pneus eram apresentados nas lojas com embalagens de papel! Reza a história que, preocupados com os custos do produto, o presidente reuniu os principais responsáveis das diferentes áreas da empresa e lançou o desafio de alterar alguma coisa, sem que a qualidade do pneu fosse alterada.
Depois de um conjunto de lugares comuns e de ideias batidas, o presidente perguntou se era tudo o que tinham para dar, e que pretendia era ideias novas.
Ficou um ambiente pesado, com toda a gente sob tensão e na expectativa sobre o que se iria passar. O silêncio era simplesmente ensurdecedor. Não se conseguia ouvir nada, até que uma voz quase inaudível rompe o silêncio ensurdecedor e diz com voz trémula: "O produto precisa ter embalagem, chefe?". Todos se viraram para o local da voz trémula e viram a figura franzina que ficou mais franzina ainda depois de sentir 26 olhos a observá-lo com feições que iam desde o riso contido, até ao desprezo declarado.
Um empregado de limpeza, que estava a limpar os vidros e no qual não tinham reparado, repetiu titubeante: "Sem embalagem poupar-se-ia bastante!"
Os responsáveis ficaram admirados com a desfaçatez do simples empregado, que procurava um buraco para se enfiar, depois de repetir a sua ideia. Quem era este tipo para interromper assim a reunião? Teriam que ter mais cuidado em próximas reuniões. Que ideia ridícula! Não sabe nada sobre o assunto, e vem para aqui mandar bitaites!
Os sorrisos de escárnio apareciam cada vez mais intensamente, até que se ouviu a custo o presidente, de olhos vidrados, a balbuciar: "Porque não... porque não?" E assim, os pneus passaram a ser expostos nas lojas sem embalagens e com a informação necessária impressa na borracha, ao contrário do que tinha acontecido até ao início do séc. XX.
Este é um exemplo da importância que tem a análise do problema por alguém que não está envolvido no problema. Mostra também, que as boas ideias podem vir de qualquer pessoa da organização ou de fora da organização.
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